Ouvi dizer que o efêmero se tornou onipresente

como se o espaço tivesse avançado impaciente
sobre o tempo.

Senti um pesado medo que a nostalgia naufragasse
no desconhecido. 

Achas isso possível Observadora Bailarina?

Abrigados do tempo, o cotidiano dialoga
com as lendas de outras eras

A outra metade do coração humano,
ainda flutua nas ondas, aquela que não se enrijeceu com as razões tantas...

 

Também já vi muito cientista poeta, e muita poesia concreta... Doutor do Vento

Um pescador a pescar idéias, no silêncio pulsante
da névoa... Então

Muita razão, é verdade, não viverá entronizada, disso estou certo, Dançarina das Areias.
Se tornará permeável à brisa, que alimentará
a chama: de repente, e quando mal se espera
Incendeiam-se as idéias, os ideais vertem
no breve instante que reluz a história humana,
O coração todo navega...

Devolvendo a essência ao mundo,
recombinando na luz noturna as fantasias,
e o prescutador que nunca dorme, contemplará
na dança das estrelas
a poesia.