De si sabiam - que o veleiro era casa, estável,
o lugar mais formoso do mundo.
Verdade, muitos outros havia, diversos.
Mas do seu, em formato de sonho, rebrilhava uma alegriazinha,
que só se encontra nas coisas simples.
Enfeites de festa, cuja duração efêmera eram apenas para surpresas.
Mas, que daquilo, nunca iriam se cansar,
dos segredos do mundo.

Debruçados sobre o trabalhoso chão do barco,
ou removendo as cracas,
sol a sol no rente, suando a saúde do corpo.
 Gostavam de ficar cantando,
e sofrendo as canções d'amour, de Cesarea Évora,
do Cabo Verde, aonde iriam, um dia...

As estrelas, as florinhas, o voo de peixe ou de pássaro
seriam os seus melhores presentes,
e, de tudo que não possuíssem, seriam os donos.
Puxando força de uma saudade, 
que parecia aumentar, quanto mais de perto estavam.

Mesmo os longos silêncios, como uma proteção de anjos,
era um pensar, um sentir continuado,
na precisão de deixarem-se levar pelo vento,
aquecidos pelo vivo de todas as coisas.
Mais não podiam entender.