Mansamente um verde rio... Leva à uma fonte de borbulhantes enigmas:

_ Bailarina, cara minha; o Barqueiro quis saber: _ Qual a palavra que nunca foi dita?

A Bailarina estremecida, com uma outra pergunta responde: _ Vida, vida... aonde mora a vida? E se a palavra é viva, talvez brote do coração... Aquilo que ninguém diz... pode soar somente. Como as batidas...

Envolvida nesse jogo, recorre a uma velha canção, e ao Barqueiro indaga: _ O que te faz feliz, faz a mais alguém feliz?

_ Um Barqueiro talvez pense só poder ser feliz sabendo o que é a felicidade: e em busca do conhecimento tenha por muito tempo ficado tão só, sozinho. Mas se as suas melancolias se transformarem em poesia... Descobrirá por fim:

Ser fecunda a solidão.

Seguindo o fino fio, a Bailarina interpela ao sentimental Barqueiro: _ Chorarias por saber das belezas que ninguém vê, seria possível dizer se de verdade são belas?

_ Nas dobras de um tecido fino: Os segredos na natureza se escondem... e se a vida os revelar, outras e outras tramas haverão de suscitar, curiosa Bailarina...