Às vezes não tenho certeza de estar aqui
olhando as cidades longínquas por detrás da bruma.
Tenho a sensação de nunca ter abandonado meu jardim...

Percorro as alamedas de flores onde a brisa
sopra carregando as folhas
Ouço a fonte ecoando o seu murmúrio sem fim...

Porventura acreditas que este jardim
só existe aonde tudo o que vemos e fazemos
ganha sentido quando refletimos a respeito
na presença um do outro? Indaga o Barqueiro.


Um jardim onde nos encontramos para beber vinho
E no final das tardes, apreciar as nossas viagens.

Onde pensamos, oh suspirosa Bailarina,
Se a realidade de cada cidade
que ficou para trás, portos, ruas, muralhas, cúpulas, andorinhas pousadas nos fios...
Existem apenas fora de nós,
ou se confundem com as nossas próprias paisagens?





Os jardins, as cidades... Lugares também nos acontecem!

Olhamos o mundo e igualmente criamos miríades
de imagens nos relevos da memória...

Um veleiro, e um mar azul de sonho.